A noite é cheia de desejos. O
escuro.
As luzes dos letreiros são um
convite à experimentação. O vento frio abraça os corpos daqueles que se
aventuram neste universo de prazer.
Fumaça. Cigarros.
Taças de vinho, copos de uísque,
copos de vodka. Taças de gritos, brindes de uísque, copos de risadas. Risadas
de tristeza e de prazer ecoam no ar formando a sinfonia da noite. Barulhos e
ruídos de vozes daqueles que buscam. Buscam algo. E cá estão.
A catarse noturna é prazerosa. É excitante.
Elocuções sinceras bombardeiam ouvidos
abertos. A franqueza ébria surge depois de arrancadas as máscaras da hipocrisia
e do pudor. Os sentimentos afloram nas suas mais variadas formas. Ama-se mais. Odeia-se
mais. Permite-se mais.
E ao ouvir os primeiros acordes
Declamar músicas apoteóticas
intensamente para sua plateia de amigos particular
E vem o refrão
Pausa para um gole
O espetáculo cômico e desajeitado continua. Gargalha-se disto e de qualquer outra coisa banal.
Conecta-se à noite, à madrugada, aos abraços e
beijos, cantos, gritos e risos. E o que se quer é sempre mais dela. Do jeito que se quer. Da maneira despretensiosa, assim mesmo, cheia de pretensão.
E a noite avança. E assim se segue.
Amanhece.
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Cena do filme "Albergue Espanhol" |