sábado, 5 de fevereiro de 2011

As opiniões que falsamente não importam.

Falta-me inspiração...
...Sempre temo que isso ocorra, e mesmo assim sempre acontece. Falta-me inspiração, falta-me criatividade. Fico em frente a tela de um computador querendo produzir algo que me faça superar a mim mesmo, que me agrade e agrade também a quem leia. Uma busca incansável para ser melhor, para ser mais e mais.

Muitos tentam provar para si mesmos que não agem pensando nos outros. Pensam apenas em uma pessoa digna de sua atenção: ela mesma. A quem querem enganar? Comigo não cola. Sempre nos policiamos, nos ponderamos, nos permitimos e nos impedimos de tomar determinadas atitudes tendo em vista a reação, ou não-reação, dos outros.

Farei “isto” para ser aceito [pensamento explícito de dar importância aos outros].
Farei “isto” já que todos fazem “aquilo” e não quero ser igual [pensamento implícito de dar importância aos outros]

Só o fato de você pensar em agir da maneira que deseja, supostamente sem levar em conta a opinião dos demais, é a prova incontestável de que o julgamento dos outros te controla, te importa de alguma forma. É um júri popular, onde sempre, evidentemente, buscamos a absolvição. Ter a maioria a seu favor já é, digamos, o suficiente.
Não estou aqui querendo dizer que a autenticidade é uma farsa, pelo contrário, julgo-a importante. A autenticidade é tão viva que alguns usam dela para obter a popularidade desejada. O problema é que constantemente acaba-se caindo na mesmice do diferente.

Ter a maioria... Quem não quer? Reformulando. Ser unanimidade... Quem não quer? Eu quero. A verdade é que nossa busca é essa: sermos unânimes. Quase nunca alcançamos, eu diria até que nunca. Mas é dessa busca tão humana que se consegue ter a maioria ao seu lado. Ou não!

Eu quero conhecer o autor de livros que publica uma obra desejando que a mesma seja o que pode-se chamar de um fracasso de vendas. Talvez o pretexto usado quando as vendagens são baixas seja a afirmação de que os poucos que compraram são “uma minoria que entende”, ou são “pessoas fiéis”. Público fiel existe e é importante, mas se for minúsculo tem tudo para tornar-se insatisfatório. Não estou falando aqui de cifras, mas sim de satisfação pessoal.

Nesta conjuntura, os que mantêm a mesma linha são os conformistas guerreiros, que tentam não se deixar influenciar pela opinião alheia, já que seu público fiel verdadeiramente é fiel e garante sua subvida artística. São admiráveis, pois não "se vendem" aos demais.
Os que não se conformam com o anonimato ou esquecimento buscam se reinventar. Daí podem sair obras-primas em todos os âmbitos, ou mesmo coisas assustadoras que ocasionarão mais fracassos. Ousadia sintetiza bem tal exemplo.

Minha opinião é esta, então. Não caio no erro e na tolice de afirmar que este texto que escrevi é uma verdade absoluta e incontestável. Porém, acredito no que escrevi e isto é essencial para alguém que escreve  uma obra com o intuito de torná-la pública.