O barco estava
a fazer o que lhe era mais natural, navegava no enorme e aparentemente
infinito mar. Havia saído do seu porto de origem e estava em plena viagem. Não
era nem muito velho, nem muito novo. Já tinha passado por muitas marés e tinha
algumas milhas náuticas percorridas. Qualquer um projetaria que sua longa excursão
ainda duraria muito tempo. Até chegar ao seu destino, seu último porto, onde
atracaria de maneira definitiva.
Estava
este barco dando curso ao seu destino, a sua grande e gloriosa jornada marítima.
Deixando muita água para trás e buscando mais. Algo normal. A proa apontando
sempre em frente. Sempre. Talvez o tempo não fosse de bons ventos. Talvez uma tormenta atrapalhasse o seu rumo. E o deixasse à deriva ou mesmo encerrasse de maneira definitiva a sua jornada. Chegaria
ao porto? Seguia. Navegava.