sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

O natal do menino que cresceu

É véspera de Natal. Faltam poucos dias, mais ou menos 1 semana, para o ano novo. Neste caso, 2011. Todo ano é a mesma coisa. Tradição. Aurélio, do dicionário, fala que “a tradição é o laço do passado com o presente”. Confraternizar, celebrar.
Vou aqui contar a história de uma criança. Sobre o que significava o natal para ela. Um menino. Desde cedo este menino havia aprendido que o natal era a comemoração do nascimento de Jesus, o filho de Deus. O salvador dos homens. Influências de uma sociedade cristã, ajudada por uma educação em uma escola também cristã. Protestante. Apesar do garotinho não seguir esta religião.

Mas, como a maioria das crianças enfiadas no capitalismo ocidental, o natal para ele era aquela época em que o papai Noel dava presentes. Obviamente que, esperto todo, esse menino logo percebeu que o papai Noel não existia como se pregava. O bom velhinho aqui era ajudado pelos pais dele. Na verdade, esse senhor presenteador e de bom coração levava todo o crédito pela entrega dos presentes. How how how!
O Natal era aquele período em que as ruas ficavam lindas, iluminadas. Muito iluminadas. Luzes. O mundo ficava diferente, mais bonito.

Uma árvore de Natal enfeitava a casa do menino. Não só sua casa, mas todos os lugares. Pinheiros. Um tipo de árvore que não é do Brasil. Será que deveriam enfeitar, então, um pau-brasil? Ou uma palmeira? Ufanismo. "Minha terra tem palmeiras".
Neste calor escaldante do Brasil, do nordeste, o natal é representado com neve (?) O papai Noel veste roupas de frio. Esquisito. Mais uma vez nosso moleque percebeu algo. Se tratava de uma importação de cultura, de costumes. Neve é chique.

Estudando, ele aprendeu que na década de 1930 existiu a presença de uma figura inusitada: O Vovô Índio, que saia da amazônia para ser o papai Noel made in Brazil. How how how!, ou melhor, Uga uga! Integralismo.
Vargas tentou difundir a ideia. Porém, as crianças não gostaram do vovô. Bye-bye Anauê!
Sendo assim. a infância dos anos 90, a do nosso protagonista desta história, foi com o Papai Noel mesmo. Com renas, saco vermelho, neve e frio. Frio não.

Era também no Natal que a mãe dele fazia comidas diferentes. Comidas típicas da época. O dia 24, a véspera, era um dos mais longos do ano, já que o menino queria mesmo era comer muito na ceia. Era Natal. 8 horas da noite e já estava de banho tomado. Arrumado com a roupa nova. Pronto para esperar a ceia natalina. Um pouco cedo, eu diria, mas crianças são... Crianças.

E não é que este menino cresceu? Cresceu e já é capaz de perceber significados ocultos, interesses escondidos no Natal. Contudo, não perdeu o encanto. Ainda se cativa com as luzes do Natal. O motivou eu não sei. Apenas estou aqui contando a história.

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