sábado, 3 de março de 2012

O barco. O porto?



O barco estava a fazer o que lhe era mais natural, navegava no enorme e aparentemente infinito mar. Havia saído do seu porto de origem e estava em plena viagem. Não era nem muito velho, nem muito novo. Já tinha passado por muitas marés e tinha algumas milhas náuticas percorridas. Qualquer um projetaria que sua longa excursão ainda duraria muito tempo. Até chegar ao seu destino, seu último porto, onde atracaria de maneira definitiva.
            Estava este barco dando curso ao seu destino, a sua grande e gloriosa jornada marítima. Deixando muita água para trás e buscando mais. Algo normal. A proa apontando sempre em frente. Sempre. Talvez o tempo não fosse de bons ventos. Talvez uma tormenta atrapalhasse o seu rumo. E o deixasse à deriva ou mesmo encerrasse de maneira definitiva a sua jornada. Chegaria ao porto? Seguia. Navegava.


5 comentários:

  1. Mais uma pérola de Bruce Wayne..

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  2. Mago, quanto conformismo. É o mar é assim, o barco também, já andou muito, ainda tem muito por andar - ou melhor, navegar. Para onde ele vai? Para o futuro, segue seu curso, não se comove ou descontenta com as intempéries e calmarias. Só segue a navegar ele não se preocupa em chegar ao porto, não sabe, só segue. Se quiçá a tormenta lhe abata, e lhe destrua, não lhe importará, isto está só no talvez, e só no talvez. Não há lagrimas pelo barco, o pranto não lhe toma o convés de assalto mareando sua intensa necessidade de seguir. O mar é para se temer, para soluçar a lamúrias. Continuar navegando, não porque navegando se vive, mas porque se precisa chegar à algum lugar. Afinal o barco que não navega, é como o Homem que não ama, “é pá furada”.

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  3. Meu caro, como sei que você acredita nas verdades bíblicas digo que com Cristo no barco ele sempre agirá na hora certa e acalma o temporal. Por isso, continue apontando para frente e vença os desafios, mesmo que no mundo tenha tempestade (aflições) tenha bom animo pois Cristo venceu o mundo e você também vencerá!

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  4. Me afastando um pouco dos terrenos perigosos da religião quando relacionada com arte. Observo teu texto assim, por ele mesmo, pura maquinaria verbal, construto, objeto orgânico e dinâmico.Pleno de metáforas e possibilidades interpretativas. Ele simplesmente funciona, funciona como provocação e máquina de emoção, de produzir algum tipo de epifania ou perigosa catarse, sei lá... só sei que funciona. Mas acima de qualquer terminologia "crítica" (que no fundo não passa de prosa pernóstica),acima de minhas besteiras de prolixidade, digo que teu texto é bom e ainda mais: és um cabra corajoso para se aventurar a falar sobre viagens náuticas (coisa tão abusadamente utilizada.Continue no labor se escrever é tua vida, Homem das Palavras

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