quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Canto Catártico

Uma voz rouca na medida certa. Desafinações elegantes. Um ar de superioridade tão elevado. Usava graves esporádicos apoteóticos. Cantava o que gostava e o contrário também. Imortalizava canções. Seu canto era sua fala. Era quando a sua alma tinha vez e voz. E por assim ser proferia verdades e mentiras a todo instante. O tudo e o nada.
Nenhum concerto era igual a outro. Cada um tinha sua mística própria. Era a mesma apresentação sem ser. Era o corriqueiro repetido sem jamais repetir-se. Presença de palco. Era quase um evento religioso de transe coletivo. Cada música, cada refrão era um êxtase espiritual de sentimentos. Em algumas vezes todos cantavam juntos com ele. Descarregavam. Canalizavam suas emoções retidas dentro de si. Outras vezes apenas o observavam. Atentos. Parados. Olhos bem abertos. Como se estivessem hipnotizados pela apresentação avassaladora. Não desejavam perder qualquer instante de segundo. E era sempre assim. Era algo intenso. Era um turbilhão. Seu canto era meteórico. Catártico!

5 comentários:

  1. "Usava graves esporádicos apoteóticos." Meu amigo, ta botando as melhores frases viu! Bem demais seu "Artista do Preterito Imperfeito" haha

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  2. Wayne mais uma vez se consagrando como um artista do pretérito imperfeito do tudo e do nada..
    Parabéns Wayne seu blog é uma grata surpresa a cada leitura

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  3. Kkkkkkkkkkkkkkkk! Vlw, meus caros amálgamos. E deixem de frescura. Hahah!

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